terça-feira, 8 de novembro de 2011

Salomé



Hoje quero-me aqui nas minhas palavras. Escrever de forma solta a calma que de forma inesperada me assalta. Como deixando deslizar os meus dedos no teclado, pensando por mim.
Hoje dei por mim balançando os meus dias. Encontrei respostas que não ouso sequer pronunciar. Revi as coincidências que me acompanham em tempos confusos, doces ou amargos.
Revi os amores que me desejaram, revi um amor que me recusou.
E parei no tempo de um corpo que me apaixonou, que me desejou e me possuiu! Simples!
E como quero esse corpo!
Senti o fio da navalha cortante e excitante. Perdi-me em leituras sem sentido, de dor e raiva. E sorri.
Hoje, não me apetecem as lágrimas, o sangue adocicado de outro. Hoje não sou Pandora ou Penélope. Quem sabe Salomé!
Um dia Salomé serei! E dançarei luxúria nos meus gestos, provocarei arrepios de desejo e querer, o meu corpo voará e provocará a vontade do toque sem me terem!
Um dia, em véus, despida do Nada, vou rodopiar num bolero lento de desejos vãos!
Um dia sussurro suspiros de donzela, na inocência de um momento falso.
Espalharei cores e perfumes!
Espalharei a cor vermelha…Sangue de Raça Pura que não cavalgou…
O meu Cabelo longo se revoltará em crina indomada
E Salomé pedirá…
E Salomé se saciará!
Até à última gota!

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