sábado, 3 de dezembro de 2011

Filha do vento...Norte!



Apertou o casaco branco macio e quente. Deixou embalar os fios do cabelo, solto no vento Norte que lhe afagava as mãos frias. Olhou de frente a imensidão desse mar imponente e ninho de espuma de areia. Depois sentou-se no paredão de pedra gélida com a cidade que ficou para traz. Agasalhou o corpo frágil desse vento que lhe corta o amor em pequenos godos brancos de cores únicas. Espalhou na água gélida as memórias de um amor perdido. Depois numa lentidão de absoluta indiferença olhou o homem caminhante no passeio despido de outra gente. E num quase de tempo só, cruzaram olhares de um sorriso mudo. Seguiu no mesmo ritmo do cabelo dela, nessa linha que traça a fronteira da mesma praia. E ela, segui-o parada, sentada no paredão gélido. Numa interrogação daquele homem, quem sabe, de amor decifrado e esquecido pelo mesmo vento Norte, de mãos vazias, dentro dos bolsos do casaco cheios de nada.

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