terça-feira, 29 de maio de 2012

Ser hipocritamente feminina

E de repente queria ser camaleão. Mudar de pele como mudo de palavras e de verdades. E de repente queria ser pérfida e inocentemente malévola. De repente queria a desalma que insiste em ser alma e em ser eu. De repente queria os meus sentidos opacos e o meu olhar turvo. De repente, queria ser fria. Racional e fria. Gélida. De repente queria mudar todos os meus vestidos de uma transparecia lúcida e vestir-me de uma hipocrisia feminina, cinzenta. De repente queria olhar, este e aquele, olhar, e dizer com o olhar que o meu desejo não é desejo, porque simplesmente não és o meu homem. De repente, bastava que eu fosse, efetivamente a outra, de um plano sem geometria ou cubismo explícito, mas queria fingir que era realmente a outra que te diz que não quer, querendo… De repente…eu queria ser a tua mentira ou semi-verdade, num fingimento hipócrita…de repente…ou talvez não!

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