quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ponto e vírgula

Ele acha que «era uma vez». Uma história imaginária com ponto final feliz em rosa. Ela explicou-lhe, sem justificações, que há uma vírgula entre o ponto e o final. Um nó que não pode ser cego. Mas apenas um ponto com um nó que magoa os pulsos e cala em silêncios as palavras que costumam brotar num rosário profano. Ele não sabe porquê. E indetermina a conjugação verbal. Uma linha de cada vez, no seu ego masculino que descomplica, naturalmente, as histórias de uma Terra do Nunca. Ela acha surreal. E muda de parágrafo. Segue insegura por linhas incertas e momentos há que o impossível toma conta da sua alma. Mas muda de parágrafo. Apenas! E apenas é uma palavra minúscula de um tamanho enorme, que deixa em aberto o capítulo final de uma página em branco, deixada solta, entre o meio, de um romance escrito, a tinta permanente mas ainda digitalizado, e apenas, outra vez, na pele dos dois!

1 comentário:

  1. Constato que imprimes uma sensibilidade maravilhosa em cada um dos teus projectos (blogosféricos, neste caso).
    Brilhante!

    Beijos

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