domingo, 5 de agosto de 2012
Hipoteca...
- Quanto custa o amor?
- A casa escondida nas sebes, a piscina, de águas límpidas da tua montanha, o limoeiro carregadinho de limões, a laranjeira de laranjas bravias. Não deves esquecer também de embrulhar a cerejeira doce e todos os amores-perfeitos do teu jardim. Separa-os das roseiras, os espinhos tiram a perfeição, por isso podem ficar as rosas. Imprescindível a lua com mel no país das mil e uma noites, onde os véus cobrem o rosto triste das mulheres mal amadas e a música desencanta a paixão dentro do teu quarto. Custa isso também! E o nome. O teu nome na vila onde tudo é perfeito e o exemplo da aliança que tem cheiro de altar e de virgem Maria.
Ele olhou para o infinito de rosto fechado. Não respondeu à mulher que trazia o amor nos olhos e nas mãos. Pegou na mochila pesada de qualquer coisa e seguiu caminho, rumo à montanha, virando o corpo ao mar e ao Vento do Norte. Caminhou a passos lentos sem pressa de regresso. E o amor ficou. Mas sem a hipoteca da venda do nunca que nunca será seu!
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